Em meio ao caos no Golfo Pérsico, conflitos adormecidos entre potências, acordos nucleares e petróleo esquentam a região e a economia
Desde a semana passada estamos sendo bombardeados de informações sobre uma iminente guerra, mas é certo que pudemos observar claras influências dessa “expectativa” em alguns setores: petróleo, militar e nas próprias potências mundiais.
Após a morte do general iraniano Qassim Suleimani no dia 3 de janeiro, os dias seguintes foram recheados de notícias (algumas mais sensacionalistas que as outras) e ameaças de guerra claras entre os dois países diretamente envolvidos.
O troco por parte do país do Oriente Médio não demorou em vir, e alguns dias depois, bombardearam as bases norte-americanas no Iraque. Bombardeio esse que significou um claro aviso aos Estados Unidos.
Muito se falou nos últimos dias nas mídias e principalmente nos meios de comunicação locais, esperando, eventualmente, o que chamaram de Terceira Guerra Mundial.
Onde começou a briga?
A política agressiva de Washington foi iniciada oficialmente em 2018, onde, de acordo com o presidente Donald Trump a ideia era “pressionar o Irã com máxima força”.
Isso aconteceu porque, em 2015, os EUA saíram acordo nuclear de 2015, e inegavelmente marcou o início de sanções unilaterais contra as exportações do petróleo, a indústria do aço, petroquímica e nuclear.
Isso, sobretudo, aumentou a presença militar americana na região.
Do outro lado do mar do Golfo Pérsico encontramos países chave para a produção de petróleo: Arábia Saudita e Emirados Árabes, como podemos ver na imagem a seguir.
Pera aí: onde entrou o Brasil no meio disso?
Em meio ao caos que se armou no cenário mundial, logo após os anúncios de Trump, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro também se pronunciou condenando as ações do general iraniano morto, e destacando o apoio aos Estados Unidos.
Do mesmo modo, o Irã é um parceiro importantíssimo para a economia brasileira, sendo o quarto maior comprador de produtos brasileiros, principalmente agrícolas.
Com efeito, essas declarações podem causar uma instabilidade na relação entre esses países e um prejuízo nas relações econômicas que os mesmos construíram.
E a Rússia onde entra nessa confusão?
O regime de Putin tem se inserido em inúmeros conflitos da região.
Ao mesmo tempo que possui uma relação inclusive amigável com vários países, como por exemplo, o apoio na crise síria.
Já no caso atual, o Irã é um parceiro comercial e militar forte dos russos e caso uma guerra efetivamente exploda na região, a potência é a única que pode apoiar os iranianos de forma forte e efetiva.
Ouro negro e loucura nos mercados
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Outro tema que não saiu das capas dos jornais essa semana foi o preço dos barris de petróleo no mercado financeiro.
Já é esperado que qualquer notícia que envolva o commodity se veja clara nas bolsas de valores, mas durante essa semana a história foi outra.
Logo após a morte do general, a subida no preço do barril do petróleo americano atingiu 5%. O petróleo dos europeus, mais ainda.
Em poucas vezes dentro do cenário financeiro se notou uma diferença tão brusca nos preços.
Em conclusão, estamos vivendo em um período de instabilidade na geopolítica mundial.
Não importa o porvir: é importante saber que mesmo nos conflitos, existem oportunidades de mercado.
Esse foi um excelente momento para quem investiu no petróleo, por exemplo. E você, sabe aproveitar essas oportunidades?